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Apresentação

 

O tema deste Simpósio enuncia a preocupação de criar canais de diálogo com a cultura contemporânea a partir do trinômio Fé-Ciência-Transdisciplinaridade. Com isso mostra a preocupação da Teologia em estabelecer espaços de debate da linguagem, da temática, da abordagem e da epistemologia do conhecimento usadas por este saber no diálogo transdisciplinar com as demais ciências. A crise de sentido que afeta as dimensões da vida humana, e faz perguntar sobre o diálogo da Teologia com a Cultura, surge do ambiente no qual o aparato de natureza filosófica, científica e técnica, de acúmulo de informação e disponibilização de saberes, tem dificuldade em encontrar resposta na ordem jurídica e institucional, no alcance de consensos mínimos e nem na globalização.

A impossibilidade do retorno à pré-modernidade levanta perguntas sobre o fim da época teológica, sua dependência da razão ocidental, e o sofrimento dos efeitos da crise na razão; a depauperação do conhecimento e até o ocultamento de Deus. No diálogo com a razão transdisciplinar, a teologia se dá conta de que não é obra apenas da inteligência, mas também do desejo. Atravessada e interagindo com visões diversas, poderá contribuir com as novas gerações diante das oportunidades para explorar, dominar e avançar na produção, ao invés de apenas produzir para o próprio consumo. A crise da razão pode fazer a Teologia repensar seu estatuto ontológico, encontrar as referências de seu conjunto e redescobrir as possibilidades da teologia associada à razão moderna. Poderá ver emergir seu novo status, recuperar o específico de seu saber, reelaborar seu discurso, próprio e legítimo, e conquistar condições de diálogo.

A polarização entre o discurso religioso e as descobertas e análises científicas, a criação de um ambiente de conflito, o discurso de desprezo pelo descompasso e de saudação do novo, o confronto entre a tradição e os avanços científicos, marcaram o avanço da cultura. Conservadorismo eclesiástico e teológico, por um lado, e crítica secularista e agnóstica, por outro, polarizaram o processo e se mostraram improdutivos. A autonomia da subjetividade, configurando a modernidade na razão religiosa, tem custado perda de autoridade e desprestígio da tradição, com reações excessivas, mas significou colocar limites à concepção a-histórica do dogma e à leitura literalista da Bíblia. Esse é o marco de passagem de uma era à outra.

 

Objetivo

A proposta desse simpósio é propiciar a exposição dos avanços do diálogo da Teologia com/através e além da Cultura e das Ciências, para estabelecer condições de novos patamares de linguagem, temática, abordagem e epistemologia do conhecimento. Isso possibilitará criar aproximações da crise da cultura ocidental, rediscutir novos elementos da razão , buscar consensos científicos que ajudem a superar a polaridade e propor re-elaborações da razão religiosa na atualidade.

 

Justificativa

Como a mudança é epocal e a crise já se disseminou pela cultura, o conflito se mostra numa religiosidade que se fecha em círculos concêntricos de negação do corpo, da vida, do prazer, premido pelo medo e pela culpabilização em nome da fé, ou criando rupturas, de um lado. E do outro, numa lógica da filosofia clássica, excludente e que não dá conta do conjunto do fenômeno, começando a ceder espaço à lógica da física quântica, apoiada na metodologia do Primeiro Congresso Mundial da Transdisciplinaridade.

 

Antonio Carlos Ribeiro - Comissão Organizadora